Uma praga quarentenária, inexistente no território nacional, denominada ácaro Brevipalpus chilensis levou o Ministério da Agricultura a suspender as importações de uva oriundas da Argentina e do Chile. O Brasil optou pela adoção do princípio da precaução e suspendeu as importações dos dois países, tendo em vista que a certificação das cargas estava com problemas.
A suspensão ocorre num momento interessante, em que o setor vitivinícola está discutindo o tema das importações de vinhos baratos do Chile e Argentina e debatendo a comparação de custos e qualidade entre uvas e vinhos nacionais com estes e, neste debate, sempre surge a alta susceptividade de nossos vinhedos à doenças fúngicas como tema.
Porém, ainda não há registros da praga conhecida como "Falsa arañita roja de la vid", ou em português, "falsa arainha vermelha da videira", um ácaro que poderia causar sérios problemas para a viticultura brasileira caso houvesse uma infestação.
Estudos estão sendo realizados pela Defesa Agropecuária Brasileira para aprimorar os processos de importação de frutas e legumes, que atualmente têm entrada livre no País. Uma das providências que está em estudo, é a adoção de um sistema de alerta para pragas quarentenárias, como o ácaro Brevipalpus chilensis, pois nem existem agrotóxicos registrados no Brasil para controle de uma possível infestação nos pomares.
Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que a entrada de uvas chilenas no Brasil cresceu 45,5% em volume e atingiu 11,3 mil toneladas nos primeiros três meses deste ano. A receita cresceu 36,1% e somou US$ 6,95 milhões. Já as importações de uva argentina, no primeiro trimestre deste ano, caíram 8,9%, para 13,9 mil toneladas e a receita recuou 20%, para US$ 8,4 milhões na comparação com igual período do ano passado.
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