Complicação
para os vitivinicultores ou preocupação com a qualidade do vinho?
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) enviou à Casa Civil o texto que vai alterar a chamada Lei
do Vinho na questão referente ao uso de açúcar para correção dos mostos (chaptalização), visando aumentar o grau alcoólico dos vinhos.
Trata-se do processo de acrescentar açúcar ao mosto
do vinho, para aumentar a quantidade total de açúcar e assim elevar o potencial
teor de álcool. Sendo a proporção normal para utilização de sacarose para
aumento de 1°GL, de aproximadamente 17g de açúcar por litro
de suco de uva.
A chaptalização é motivo de discussão no mundo dos
vinhos. Em alguns países da Europa é permitida somente nas safras onde as uvas não
amadurecem inteiramente. Em alguns
países frios do norte do velho continente, no entanto, é uma prática legal e
amplamente utilizada. Em muitas regiões vinícolas quentes, inclusive na
Califórnia, não é permitida.
O motivo da discussão está na modificação do vinho. Ao
adicionar açúcar, permite-se que haja a transformação deste em álcool através da fermentação alcoólica. Porém são desconsiderados todos os outros processos bioquímicos decorrentes desta fermentação e
dos constituintes da uva que dariam a complexidade da bebida.
A permissividade desta prática pode gerar um comodismo, onde um desleixo para com a qualidade das uvas poderia ser compensado na adição de açúcar, já que ao aumentar o teor alcoólico, o produtor pode tornar o vinho mais “encorpado”, assim fazendo-o parecer mais estruturados.
A permissividade desta prática pode gerar um comodismo, onde um desleixo para com a qualidade das uvas poderia ser compensado na adição de açúcar, já que ao aumentar o teor alcoólico, o produtor pode tornar o vinho mais “encorpado”, assim fazendo-o parecer mais estruturados.
Quando a
uva, por motivos climáticos, não atinge uma adequada maturação, a legislação
brasileira permite a adição de açúcar, porém visando apenas corrigir pequenas
insuficiências e não compensar a maturação imperfeita.
Atualmente,
todos os vinhos podem ser chaptalizados em até três graus alcoólicos. Depois de
publicado o decreto, os vinhos finos poderão ser chaptalizados em apenas dois
graus nos primeiros quatro anos e somente em um grau a partir do quinto ano da
publicação.
Mais uma bobagem que nao leva em conta a Realidade da vitivinicultura Brasileira. Quem sabe nao sugiram , por tabela, que nao se possa adicionar acidos em paises quentes e/ou nao se permita de-alcoolizacao em tais paises. Mais uma de um país que quer ser mais realista que o rei.
ResponderExcluirPrezado anônimo,
ResponderExcluirjustamente levando em conta a realidade da vitivinicultura brasileira é que se tomou essa decisão.
A nossa realidade mostra que é possível, e muitos já o fazem, conseguir maturação adequada às nossas condições e, também, de que temos que nos adequar ao nosso perfil de aptidão vitivinícola, de vinhos mais jovens e brandos, pois maquiar o vinho com açúcar em nada resolve para com a qualidade dos nossos produtos.
Um manejo do dossel vegetativo adequado, podas corretas e diminuição do volume de água utilizado nas caldas de pulverização podem ajudar na busca de uma maturação mais adequada.
A realidade que tu citas é uma que deve ser extinta. Devemos mudar essa realidade para sermos competitivos no mercado de vinhos. Não esqueça que estamos falando de uvas finas e não americanas.
A situação é muito diferente da acidificação ou desalcoolização, pois, a correção com açúcar serve para nutrir a fermentação, que resultará no vinho. O vinho é fermentado de uvas, do açúcar natural contido na uva, envolvendo todos os processos bioquímicos de seus componentes; e não um fermentado de sacarose, disso já temos os fermentados de cana e outros, mas nunca vinho.
att,
Leandro Ebert,
que assina seus comentários.
Prezado Leandro: Perfeita tua colocação. Diria mais, deveriam proibir a chaptalização porque é possível com o manejo adequado do vinhedo obter uvas maduras como em Bagé onde colhemos uvas com açúcar suficiente para gerar até 14%. Vinhos finos dever ser elaborados com uvas com boa maturação. Posturas como a do ANÔNIMO que usam justificativas de exemplos errados nos levariam ao retrocesso, à piora da qualidade de nossos vinhos.Abraço
ResponderExcluirMuito boa essa lei, o Brasil tá cada fez melhor na produção de vinhos sei que juntos vamos conseguir mudar nosso país, e uma honra ver que a viticultura brasileira cresceu bastante nos últimos anos.
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